terça-feira, 20 de novembro de 2012

Neoclassicismo

Movimento cultural europeu, do século XVIII e parte do século XIX
Peregrinação da citera, watteau


*Otimismo
*Equilíbrio clássico com imitação dos autores greco-latinos e renascentistas
*Simplicidade, naturalidade e suavidade elegante nos temas pastoris e bucólicos
*Antibarroquismo
*Convencionalismo
*Pré-romantismo: carpe diem



Barroco

Final do séc.XVI e início do séc. XVII
A deposição de Cristo, Caravaggio


*Contra reforma e inquisição
*Dualismo: antropocentrismo e teocentrismo
*Cultismo: figuras de linguagem, visão contraditória e confusa do homem barroco
*Conceptismo: Razão, raciocínios lógicos e plano argumentativo



Classicismo

Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento  (Europa séc. XV a XVI).





Escola de Atenas, Rafael Sanzio.



*Imitações dos autores clássicos gregos e latinos.
*Metreficação rigorosa dos versos
*Universalismo
*Racionalismo

Humanismo


Baixa Idade Média e início da Moderna (séculos XIV a XVI),












*Final da era medieval
*Transição da cosmovisão teocêntrica para a antropocêntrica
*Começa em Portugal em 1434 e termina em 1527 com a poesia de Sá Miranda(Classicismo)

Trovadorismo

Surgiu no Século XII, em plena Idade Média, período em que o Portugal estava no processo de formação nacional.

Conjunto de manifestações literárias contemporâneas artísticas e literárias 
*Era Medieval
*Lingua: Galego português
*Obras: cantigas
*Cosmovisão: teocentrismo 
*Cantigas: de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Gil Vicente

Gil Vicente, o fundador do teatro português, iniciou em Portugal, o teatro da palavra, composto por diálogo dos personagens e enredo.
E antes do humanismo entrar na história, a dramaturgia medieval limitava-se aos entremezes, momos e mistérios. E depois do considerado ''fruto de uma época'' Gil Vicente ter iniciado o chamado teatro vicentino, a dramaturgia teve grande mudança.
O humanismo é um considerado um período de transição entre o fim da Idade Média e a Idade Moderna. E se caracterizou pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo.
Gil Vicente escreveu autos, comédias e farsas, em castelhano e português.E ele crê no teatro como uma forma de denunciar a degradação dos  costumes, seja na Igreja, na família ou entre as classes profissionais. Acima de tudo, acredita no poder do riso como uma maneira de recolocar o homem no bom caminho, aquele que o afasta do vício em direção á virtude.
As principais características do teatro vicentinho são: a escrita em versos (versificação), rimas para causar o efeito de humor, figuração de ideias abstratas em personagens, situações e coisas concretas (o teatro alegórico), os personagens são tipícos (teatro de tipos), a sucessão de cenas sem apresentar uma sequência temporal ou causal de acontecimentos (teatro de quadros), o humor sempre presente, e a classificação: autos, fantasias alegóricas, teatro novelesco e farsas.

Autora: Gabriela Vargas

Uma obra de Gil... ''Todo Mundo e Ninguém''

Um rico mercador, chamado "Todo mundo" e um homem pobre cujo nome é "Ninguém", encontram-se e põem-se a conversar sobre o que desejam neste mundo. Em torno desta conversa, dois demônios (Belzebu e Dinato) tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, cobiça, à vaidade e à honra dos homens.


Representada pela primeira vez em 1532, como parte de uma peça maior, chamada AUTO LUSITÂNIA (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), a obra é de autoria do criador do teatro português, GIL VECENTE.


Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre.Este chama Ninguem e diz:

Ninguém : Que andas tua aí buscando?

Todo o mundo: Mil cousas ando a buscar :
delas não posso achar,
porém ando porfiano
por quão bom é porfiar.

Ninguém : Como hás nome, cavalheiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo

Ninguém: Eu hei nome Ninguém,
e busco a consciência

Belzebu : Esta é boa experiência:
Dinato, escreve isto bem.

Dinato : Que escreverei , companheiro ?

Belzebu : Que ninguém busca consciência,
e todo mundo dinheiro.

Ninguém : E agora que buscas lá?

Todo o mundo : Busco honra muito grande.

Ninguém : E eu virtude, que Deus mande
que tope com ela já.

Belzebu : Outra adição nos acude:
escreve logo aí, a fundo
que busca honra todo mundo
e ninguém busca virtude.

Ninguém : Buscas outro mor bem qu'esse?

Todo o mundo: Busco mais que me louvasse
tudo quanto eu fizesse.

Ninguém : E eu quem me repreendesse
em cada cousa que errasse.

Belzebu : Escreve mais.

Dinato : Que tens sabido?

Belzebu: Que quer em extremo grado
todo o mundo ser louvado,
e ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu ?

Todo o mundo: busco a vida a quem ma dê.

Ninguém : A vida não sei o que é,
a morte conheço eu.

Belzebu : Escreve lá outra sorte.

Dinato : Que sorte?

Belzebu: Muito garrida:
Todo o Mundo busca a vida
e ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E maisqueria o paraíso,
sem mo ninguém estorvar.

Ninguém : E eu ponho-me a pagar
quanto devo para isso.

Belzebu : Escreve com muito aviso.

Dinato : Que escreverei ?

Belzebu: Escreve
que todo o mundo quer o paraiso
e ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar,
e mentir nasceu comigo.

Ninguém: Eu sempre verdade digo
sem nunca me desviar

Bellzebu: Ora escreve lá, compadre,
não não sejas tu preguiçoso.

Dinato: Quê?

Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso,
E ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?

Todo Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá mano.

Dinato : Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aì mui declarado,
Não te fique no tinteiro:
Todo o mundo é lisonjeiro,
e ninguém desenganado.


O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maoiria das pessoas na terra (todo o mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo.

O autor: Gil Vicente