Iniciado na Itália, no final da Era Medieval, o humanismo
foi um movimento literário de transição de uma cosmovisão teocêntrica, onde
Deus era o centro de tudo, para antropocêntrica, o homem no centro do universo.
O triptico de Hieronymus Bosch traz no centro um carro de
feno representando a luxúria. Em oposição ao monte de feno, a figura de Jesus
Cristo acima nas nuvens usando o humanismo como referência. Vemos também uma
multidão desesperada, assaltando o carro de feno, em contraste com a falsa
religiosidade, afirmando a falta de ética. Analisando a obra, observamos que o
pintor apresenta um realismo em situações estranhas. Para isso, utiliza de
várias figuras de linguagem, como no Bem e no Mal com o anjo e o demônio ou o
carro de feno simbolizando os bens materiais.
Tem um toque moderno que mistura-se com a tradicional Era
Medieval, especialidade de Gil Vicente, criador do teatro.
A pintura, como nas obras de Gil, é teocêntrica, usando
muito da moral e crenças religiosas. Os personagens, tanto de um quanto de
outro, trazem os caracteres mais marcantes de sua classe social, idade,
profissão e sexo, fazendo relação ao teatro alegórico, ou seja, figuração de
idéias abstratadas em personagens, situações e coisas concretas. Como o Bem no
anjo e o Mal no demônio, já mencionados.
Além dessas relações com o teatro vicentino, os dois
apresentam crítica.
Hieronymus faz-nos pensar na falsa religiosidade e na busca
somente pelo dinheiro e poder, como nos versos de Gil Vicente em ‘’Todo mundo e
Ninguem” que fala o que a sociedade mais procura –dinheiro- versus os
principais valores e virtudes que ninguém quer.
Autora: Rebeca Juncks
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